quarta-feira, 8 de julho de 2009

DEPOIS DA VIAGEM

Foi sem dúvida um privilégio termos tido a oportunidade de pisar o chão que Darwin pisou há já mais de um século, de observar as tartarugas, os tentilhões e as iguanas e, sobretudo, de podermos comemorar os 200 anos do seu nascimento e os 150 anos da publicação da sua obra A Origem das Espécies através deste magnífico concurso e desta viagem memorável! Pudemos também conhecer pessoas fantásticas e aprender imenso com elas.
Este foi o ano de Darwin e ficará marcado para nós como um ano único e inesquecível!
E, para acabar, como não poderia deixar de ser...
.
There is no place like Galapagos!

Um obrigado enorme a todos os que viajaram connosco durante todos estes meses!

FERNANDINA, ISABELA E SANTA CRUZ

Depois do regresso a Portugal, esperavam-nos montes e montes de trabalhos. "Temos de actualizar o blogue, temos de actualizar o blogue...", mas faltava-nos sempre tempo (até mesmo para passarmos as fotografias uns aos outros)! De qualquer maneira, aqui ficam pequenos relatos dos dias em falta.
12 de Abril de 2009

Às 4h fomos acordados pela tripulação: lá fora esperava-nos um momento único: a erupção de um vulcão na Ilha Fernandina. Vestimos um casaco e fomos para o convés, onde ficámos completamente rendidos ao espectáculo que tínhamos diante de nós. A lava, de um laranja fluorescente, escorria ao longo da vertente. É uma imagem absolutamente inesquecível!


De volta à cama para mais umas poucas horas de sono, acordámos bem cedo e partimos rumo à Ilha Fernandina. Esta é, provavelmente, a ilha com o maior número de iguanas.


Para além destas, pudemos ainda observar um grande número de leões marinhos, tartarugas, caranguejos… Agora imaginem todas estas espécies no mesmo lago. Demais!


Olhando um bocadinho para a Geologia, nesta ilha era abundante a lava encordoada e escoriácea. O solo era completamente diferente daquilo que estamos habituados a encontrar!


Vimos ainda ossadas de baleia, onde fizemos algumas brincadeiras fotográficas!

Já à tarde, fizemos snorkeling (mas a água estava particularmente turva…) e demos um passeio de bote pela Ilha Isabela, onde vimos pinguins!


À noite, de volta ao Santa Cruz, tivemos um (ou dois) cocktails de despedida. Foi a última noite a bordo – no dia a seguir esperava-nos já o avião com destino a Guayaquil.

13 de Abril de 2009


Deixámos o Santa Cruz e fizemos a nossa última visita nas Galápagos: Fundação Charles Darwin – Ilha Santa Cruz. Aqui pudemos ver cactos gigantes e, principalmente, o programa de criação em cativeiro das famosas tartarugas gigantes, um notável esforço de conservação. Vimos inclusivamente o Solitário Jorge, o único exemplar existente no Mundo da espécie Geochelone abigdoni.


Deixámos assim as Galápagos e partimos para Guayaquil, daí para Madrid e, finalmente, para o Porto, de regresso a Portugal.

sábado, 11 de abril de 2009

ILHA ESPAÑOLA

Depois do despertar às 6h, partimos de bote para a Ilha Espanhola, para onde tínhamos viajado no Santa Cruz durante a noite.
Desembarque seco. À nossa espera tínhamos um grupo de leões marinhos e alguns boobies, seguindo-se uma caminhada de quase 3 horas.
O que é que vimos? Aqui fica uma pequena lista!

  • Leões marinhos;
  • Caranguejos vermelhos;
  • Albatrozes;
  • Tentilhões;
  • Iguanas (centenas!);
  • Pombas;
  • Uma luta de iguanas;
  • Dois albatrozes a acasalarem.

É uma sensação indescritível poder pisar o mesmo solo que Darwin pisou há alguns séculos atrás. É sem dúvida um privilégio poder comemorar os seus 200 anos em plenas ilhas Galápagos, um marco incontornável na formulação da sua teoria. Ver as iguanas, os tentilhões e os albatrozes no ano de Darwin é absolutamente fantástico! Logo à tarde, o Luís, o Rui e a Stora vão fazer mergulho profundo (snorkeling) e a Maria vai ver a biodiversidade marinha através do barco com fundo de vidro! Sim, o aparelho dos dentes não combina com o tubo de respiração.

Aqui ficam algumas fotografias da manhã!




sexta-feira, 10 de abril de 2009

A CHEGADA ÀS GALÁPAGOS

Parece que afinal temos net no meio do Pacífico!

Aqui ficam alguns resumos das nossas "expedições" nas Galapágos!
Quando saímos do avião, notámos logo o calor que se fazia sentir. Sol, vento quente, humidade... Depois, fomos de autocarro até ao bote que nos levou ao Santa Cruz. Ainda na marina, vimos leões marinhos! Demais!
Quando chegámos ao barco, e depois de instalados e divididos em grupos (nós pertencemos aos Boobies), partimos para a paradisíaca Ilha de S. Cristovão, onde pudemos ver mais leões marinhos, caranguejos... E, como era o primeiro dia, tivemos tempo para dar vários mergulhos nas águas quentes e cristalinas do Pacífico! Estão a ver aquelas praias que vêm nas revistas? Estão a ver a série Lost? Pronto, então estão a imaginar esta praia!
Quando regressámos, pudemos ver o fantástico pôr-do-sol no convés do Santa Cruz.
Depois de jantar, fomos dormir embalados pela ondulação do barco, que nos tem deixado algo enjoados...




Hasta mañana!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

DE PARTIDA PARA AS GALÁPAGOS

E amanhã... Galápagos, aí vamos nós!!


Adiós!
P.S.: como vamos estar em pleno Oceano Pacífico (que chique!), poderemos não ter possibilidade de actualizar o blogue. Sabemos que as saudades vão ser muchas, mas quando regressarmos a Viseu esperamos poder compensar-vos com o nosso dia-a-dia em texto, fotografia e vídeo!
P.S.S.: preparem os vossos frigoríficos para as tartarugas-íman!

LATITUDE 0º 0' 0''

Às ocho y media em ponto partimos com a ansiedade de pisarmos a latitude 0°. No entanto, fomos “desviados” para a verdejante e fantástica cidade de Tulipe. Pelo caminho, enquanto todos os elementos do grupo se inclinavam nas janelas do lado direito do autocarro e se apaixonavam pelos dégradés dos montes verdes, a Sandra, do lado oposto, debruçada sobre as janelas, delirava com as rochas.


A magnífica paisagem a caminho de Tulipe

O que mais nos fascinou foi a variadíssima biodiversidade existente nas colinas à volta de Tulipe, comparável à gigantesca floresta da Amazónia! O bosque é tão denso que “nem sequer conseguiríaamos caminhar um metro” (palavras do Henry)!
Na cidade visitámos o Centro de Investigación del Pueblo Yumbo, onde entrámos na cultura yumba guiados pela Janela (Há-nê-lá).

Janela, a nossa guia de Tulipe

El pueblo Yumbo vivia da agricultura e da pastoricia, estando muito ligados ao comércio. Utilizavam como meio de comunicação os petroglifos (mensagens gravadas nas rochas). Sendo este um povo onde os rituais e as cerimónias faziam parte do quotidiano, foram criadas estruturas espantosas escavadas no solo que remetiam para certos símbolos naturais: o sol, a meia lua e o jaguar. Os yumbos foram obrigados a sair deste local devido à violência da erupção do vulcão Pichincha.

Estruturas onde se realizavam os rituais nos solestícios e equinócios


Durante a explicação, alguns membros do grupo ficavam pelo caminho a fotografar alguns elementos da natureza local inesperados - colibris, borboletas, pardais e até cobras!

As 3 tartarugas-fotógrafas (Maria - atrás da câmara -, Luís e Rui)


Chegadas as 13 horas estávamos sentado no restaurante El Cratera, situado à beira de uma cratera vulcânica, estranhamente habitada.

E eis que chega o momento tão esperado – TESTUDINES NA LATITUDE 0°!!

Museu etnográfico e vista panorâmica sobre a latitude 0º

E aqui estamos nós na latitude 0º

O grupo com um pé no hemisfério norte e outro no hemisfério sul

Abandonámos a Stora Sandra en el hemisferio norte!

Finalmente, no último jantar em Quito, deliciámo-nos com um prato muito tradicional da capital...


Hasta mañana!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

OTAVALO

Ainda bem que estamos de férias, pois o despertador voltou a tocar cedo para iniciarmos a visita a Otavalo e não para irmos para a escola...


Otavalo situa-se a aproximadamente 90 quilómetros de Quito e a duas horas de viagem! É uma cidade que possui um mercado onde se podem gastar alguns dólares para adquirir diversos produtos de artesanato típico equatoriano. Curiosamente, neste mercado reina o silêncio dos comerciantes e a tarefa obrigatória dos compradores é regatear (actividade em que o Luís se revelou mestre!).
Durante a viagem até ao mercado, e mais uma vez na Pan Americana, pudemos observar paisagens fantásticas, assim como reparar na geologia da zona – toda a estrutura é constituída por cinzas vulcânicas que sofreram compactação edificando o solo que hoje é visível.
Como este seria um dia em que entraríamos mais em contacto com o povo equatoriano, o nosso guia foi-nos dando algumas informações acerca da população. No Equador, a maioria da população é mestiça (65%) e índia (30%). Também nos informou que os produtos mais exportados pelo Equador são o petróleo, a banana (nham, nham!), o camarão, as rosas e... as t-shirts das Galápagos! Ahahahah!


Depois de uma hora e meia de compras, fomos visitar a casa do melhor tecelão do Equador, José C., onde pudemos observar a fabulosa arte da tecelagem e a obra deste artista.
Fomos recebidos afavelmente por um grupo musical vestido a rigor já na Hosteria Hacienda Pinsaqui, onde almoçámos deliciosos pratos típicos da zona: fritada, lomo de rez, truta e camarão.
Já de barriguinha cheia, voltámos a Quito.

Frase do dia:
Professora Sandra: “Escreve tu Rui... Não enjoas.”
Rui: “Fogo, é tudo eu. Escreve, Rui, come, Rui, dorme, Rui!...”

Hasta mañana!

terça-feira, 7 de abril de 2009

LA MUY NOBLE Y LEAL CIUDAD DE SAN FRANCISCO DE QUITO

Alvorada: 7h30m.
Cá continuamos nós na cidade de Quito que se encontra rodeada por 5 grandiosos vulcões, um número bastante reduzido em comparação com os 200 que fazem parte da Cordilheira do Andes pertencentes ao Equador (e que Henry tinha que saber de cor e salteado no seu tempo de estudante).
Quito deve o seu nome a um grupo de indígenas, os Quitus, que desenvolveram as suas próprias características na arquitectura e na cerâmica e desenvolveram as suas próprias crenças religiosas.
Etimologicamente, Quito significa “metade do mundo” – ”Qui” significa metade e “to” significa Terra. É curioso que já em 11 m.a. a.C. os povos tinham noção da localização geográfica das cidades.
Bem, e se ontem tocámos na cultura equatoriana (duma maneira geral), hoje mergulhámos na cultura quitense.
Conduzidos pelo Hor-hê, visitámos primeiramente o Museo Banco Central tendo sido esta, segundo Henry, “a viagem mais curta da história do turismo”! Isto porque o museu se situa aproximadamente a 100 metros do hotel... Durante esta visita, voltámos atrás no tempo – passámos por diferentes épocas e diferentes povos (Paleoíndio, Formativo, Desenvolvimento Regional, Integração, Incas, Colonial, Independência e República).


Depois pudemos contemplar toda a cidade a partir do Mirador La Lona, destancando-se o centro histórico da cidade, onde fomos logo de seguida.



Começámos por visitar a Praça Benalcazar (fundador da cidade em 1234), e logo depois fomos mimados com dois bocadillos típicos: humita e empanadas.



Seguiu-se uma visita à Igreja de S. Francisco, onde o Henry nos contou a história de Cantuña. Cantunã era um indígena que tinha que construir o pátio da igreja; no entanto, não conseguiu cumprir o prazo estipulado para a construção. Entretanto, apareceu o diabo e propôs-lhe o seguinte: se Cantuña lhe desse a alma, ele acabaria por construir o pátio até amanhecer. Cantuña aceitou a proposta mas escondeu uma das pedras. Ao amanhecer, e estando o pátio pronto, o diabo exigiu a alma ao indígena, ao que ele disse: “O Pátio ainda não está pronto. Falta uma pedra.” Assim, safou-se deste “pacto com o diabo”!
De seguida dirigimo-nos à espantosa Igreja da Compañia de Jesus. O interior desta igreja está toda forrada a ouro, o que nos deixou absolutamente abismados.
Antes do almoço, visitámos o Centro Cultural Metropolitano. Aqui, visitámos a cela em que esteve preso o maior pensador do Equador, Eugénio Espejo. Apesar de ser “perigoso” devido às suas ideias, Espejo era um óptimo médico; por isso, era levado, acorrentado, ao hospital mais próximo para tratar as pessoas mais ricas.


Finalmente, no restaurante Gran Plaza, comemos um prato típico da semana Santa do Equador – fanesca. Assim que provámos, descobrimos que este é um prato muito condimentado, constituído por vários tipos de leguminosas, banana frita e bacalhau. EEEW! Sim, a fanesca não agradou muito aos Testudines e a outras pessoas do grupo (ainda que o Rui a tenha comido toda por culpa da Sra. Fome que o assaltava).


A seguir ao repasto, fomos conhecer a Praça da Independência que, para além do enorme peso histórico que lhe está adjacente, reúne um grande número de quitenses. Nesta praça encontram-se dois elementos fundamentais da história de Quito: um monumento erguido em homenagem aos civis que morreram no massacre de 1809 e a casa presidencial, a “Casa Branca” de Quito.



Era então altura de regressarmos ao autocarro para voltarmos ao hotel. Pelo caminho percorremos uma rua muito tradicional da capital, onde viveram pessoas ilustres ligadas a diferentes áreas das artes. É o caso da família que possui um café onde nos serviram um canelaço e nos deliciámos com algumas músicas típicas do Equador.


Depois de banhos tomados, partimos, juntamente com 20 elementos do grupo, para o restaurante Mosaico – onde pudemos jantar disfrutando de uma fantástica vista nocturna sobre a cidade de Quito. Durante cerca de 3 horas, o grupo conversou, riu-se e pudemos acentuar a certeza de que o grupo es increíble!

Hasta mañana!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

PARQUE NACIONAL COTOPAXI

Agora já bem próximos da latitude 0º, iniciámos o dia bem cedo. Às 8 horas estávamos de partida para o Parque Nacional de Cotopaxi, escondido entre o nevoeiro característico desta região.
Enquanto o Jorge (hór-hê) passava várias vezes o duplo traço contínuo da estrada Pan-Americana, o Henry dava-nos algumas informações acerca do que íamos encontrar nesta reserva natural.
Da movimentada e alcatroada Pan-Americana entrámos numa aventura de solavancos e abanões na estrada de terra batida que nos levou até ao Parque. No caminho, observámos camadas lávicas, representativas das várias erupções vulcânicas que ocorreram ao longo dos tempos, intercaladas por camadas húmicas.


Camadas lávicas


Depois de uma ida rápida aos baños, o Henry deu-nos a conhecer o processo de edificação da Cordilheira dos Andes, por fenómenos tectónicos, e a sua importância para a formação do rio Amazonas, para a existência de petróleo no Equador e para a grande biodiversidade da América do Sul.



Ilustração da formação dos Andes


Testudines à entrada do Parque Nacional de Cotopaxi


Seguiu-se um percurso pedestre onde nos foi dada a conhecer a variada flora do Parque. Curiosamente, apesar de esta região ser húmida, algumas plantas encontram-se adaptadas a climas secos: umas apresentam folhas carnudas, outras folhas reduzidas a espinhos… Tudo isto com o intuinto de reter a água. Como é que Darwin interpretaria estas adaptações?…

Línguas de sogra

Adaptação através de espinhos


Sempre com o olhar dirigido ao quarto maior vulcão do Mundo, o Cotopaxi, ficámos a saber que este majestoso vulcão se encontra a uma altitude de 5897 metros acima do nível médio das águas do mar e que entrou pela última vez em erupção em 1999, cobrindo de cinzas uma vastíssima área que se estendeu até ao país vizinho, a Colômbia!
Continuando a enriquecedora caminhada, pudemos sentir o efeito dos 3850 metros de altitude – com o oxigénio a escassear, o cansaço instalou-se a ponto de o Rui dizer “Isto é o fim da geração Ferraz!”.
Sempre com as objectivas direccionadas para o cume branco e enevoado do Cotopaxi, parámos na magnífica Lagoa Limpiopungo, onde a temperatura era bem mais baixa!
De volta ao autocarro e já com a barriga “a dar horas”, seguimos viagem rumo ao restaurante, mas nao sem antes pararmos mais uma vez num local com uma vista fabulosa para o vulcão! Clic! Clic! Clic!
Por último, já a chegar ao restaurante “en la mitad de nada” (palavras do Henry) fomos recebidos por um grupo de Lamas que posaram para as dezenas de câmaras! A esta sessão de fotografias segui-se um saboroso almoço durante o qual, para grande surpresa nossa, começou a granizar formando-se um imenso manto branco sobre todo o Parque!

Lamas

O granizo inesperado

Que dia magnífico! Aprofundámos conhecimentos geológicos, adquirimos conhecimentos biológicos, sentimos os geográficos e ainda tocámos os culturais. Para além disso, a diversão esteve sempre presente!

Testudines e Henry com o fantástico vulcão Cotopaxi

Hasta mañana!